A Cultura Indígena - História, Estrutura Social, Religião, Arte


A cultura indígena abarca a produção material e imaterial de inúmeros e distintos povos em todo o mundo.

É importante destacar que não há uma cultura indígena, mas várias, e cada povo desenvolveu suas próprias tradições religiosas, musicais, de festas, artesanatos, dentre outras.

A História da Cultura Indígena


Grosso modo, as populações indígenas foram aquelas dominadas escravizadas durante o período colonial e neocolonial, mas que, a despeito disso, preservaram, em muitos casos, sua continuidade histórica e social até os dias atuais.

Não obstante, a palavra “índio” foi uma criação europeia para designar aqueles que viviam no Extremo Oriente, portanto, a “identidade indígena” somente surgiu em oposição à europeia após o advento do colonialismo.

Sem espanto, muitos costumes indígenas assombraram os colonizadores, tal qual o canibalismo, a feitiçaria, o incesto e o infanticídio neonatal.

A Estrutura Social Indígena


De modo geral, as sociedades indígenas são sociedades sem propriedade privada, de habitação coletiva, igualitárias, descentralizadas politicamente e com status social distinto segundo a divisão do trabalho.

Normalmente, os homens se encarregam da construção da aldeia, da guerra, caça e pesca, da liderança tribal e dos rituais xamânicos, enquanto as mulheres lidam do plantio e da colheita, preparam os alimentos e produzem tecidos, adornos e utensílios.

A educação das crianças é geralmente, compartilhada por todos, contudo, nos anos iniciais, é a mulher quem cuida dos filhos.

As culturas indígenas são, via de regra, baseada na oralidade; contudo, mesmo na ausência da escrita, uma diversidade de sinais e de outras formas gráficas cumprem o papel comunicativo.

As tribos costumam manter entre si laços de parentesco e reciprocidade, em famílias monogâmicas ou poligâmicas.

Apesar disso, a liderança não possui caráter hereditário, pois é meritória na maioria das vezes.

A Religião Entre os Indígenas


Do ponto de vista religioso, as culturas indígenas são marcadas pela presença do xamã (pajé no Brasil), os quais são responsáveis pela mediação entre o plano espiritual e material, bem como pela preservação e difusão do conhecimento da tribo.

Em seus rituais, normalmente panteístas (animismo), reverenciam os ancestrais, os elementos, as plantas, animais e os seres mitológicos.

Outro fato curioso é o uso de alucinógenos e outras substâncias rituais, como tabaco e bebidas alcoólicas, utilizados para fazer a ligação com o mundo espiritual. Mais um aspecto interessante é a percepção indígena do Tempo e do Universo, para os quais não há uma linearidade bem definida.

A Arte e o Artesanato Indígena

Site especializado na arte indígena: http://artesanatoindigena.com/

Os objetos produzidos pelas culturas indígenas, apesar do evidente valor estético, não são considerados “arte” pelos seus produtores, pois são de uso cotidiano ou ritual, bem como para troca com povos vizinhos.

Assim, entre esses povos, destaca-se a importância da música, dança, arte plumária, cestaria, cerâmica, tecelagem e a pintura corporal.

Não obstante, a música é utilizada em ocasiões especiais como nos ritos de guerra, nas festas de plantação e colheita e nos ritos de iniciação.

Ora, a cultura indígena utiliza a música como uma forma de contar suas histórias e lhe atribui poderes mágicos, com os quais são capazes de afetar a ordem cosmológica.

De igual modo, a dança possui funções similares às da música nas sociedades indígenas; normalmente as danças são do tipo circulares, com o intuito de obter colheitas fartas, espantar espíritos malignos, curar doenças, etc.

Por outro lado, a arte plumária possui funções mais decorativas (cocares e braceletes) e, via de regra, é restrita aos homens; enquanto a cestaria e a cerâmica são praticadas mais pelas mulheres, as quais lançam mão de vários trançados para confeccionar cestos para diversos fins e argila para obter vasilhas, potes, objetos rituais, adornos, dentre outros.

As mulheres também são responsáveis pela produção de tecido (geralmente algodão), mas as roupas confeccionadas variam de acordo com o clima ou são inexistentes, como no Brasil.

Por fim, ambos os sexos praticam a pintura corporal, normalmente com desenhos abstratos e geométricos, carregados de simbologias (de guerra, de proteção, etc.); esse tipo de pintura também pode ser encontrado em animais, utensílios, árvores e rochas.


A Cultura Material Indígena


A cultura material indígena se resume a algumas ferramentas, armas, adornos e, muitas vezes, habitações, para povos caçadores-coletores nômades, os quais praticam pesca e agricultura de subsistência e se mudam periodicamente, segundo a sazonalidade e a disponibilidade de recursos naturais.

A Cultura Indígena no Brasil


No Brasil, as tribos indígenas são caçadoras-coletoras de tradição oral e, recentemente, estão se sedentarizando em reservas indígenas.

Estima-se que esta população tenha chegado a cinco milhões de habitantes, contudo, hoje são cerca de 300 etnias, com um número muito inferior ao que já foi (421.000).

Não obstante, na cultura material desses índios, destacam-se a confecção da arte plumária e da pintura corporal, já que é raro a confecção de tecidos para vestimentas.

São produtores de mandioca, da qual produzem o beiju e do milho, com o qual fazem pamonha. Constroem habitações de madeira e palha chamadas “Ocas”, onde podem viver uma ou mais famílias.

O líder guerreiro é o cacique, enquanto o chefe espiritual é o pajé. As principais tribos indígenas atualmente no Brasil são: Guarani, Ticuna, Caingangue, Macuxi, Terna, Guajajaras, Ianomâmi, Xavante, Pataxó e Potiguara.

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